Por José Luiz Tejon
O estudo realizado sobre as percepções do agro brasileiro na Europa gerou muitos insights de valor para traçarmos rotas de grandes resultados. Neste conteúdo, você degustará os 12 principais insights de José Luiz Tejon.
Convidamos o leitor a acessar a pesquisa completa, que está disponível em um formato de fácil e enriquecedora leitura.
O agronegócio brasileiro já atende ao que os mercados e cidadãos do mundo desejam. Falta inteligência estratégica de comunicação, vendas e planejamento estratégico para atingir indicadores que reflitam de modo mais contundente.
Da base de 590.000 fontes pesquisadas, 57% disseram não conhecer nada sobre o agro brasileiro. Na média geral, apenas 11,2% disseram conhecer bem e no âmbito de cidadãos, o índice máximo foi de 8,8%.
Fica evidente que o setor traz mais visibilidade ao país do que o país ao setor.
Explorar de modo adequado as características que conferem identidade única ao agronegócio do Brasil é uma ferramenta para conferir ainda mais valor aos nossos proutos. Não apenas em relação aos “terroir” brasileiros como é o caso do Café, mas também nos sistemas inovadores de originação e rastreamento e técnicas de manejo como a Integração Lavoura Pasto Floresta (ILPF). Produtos como o biodiesel e insumos para bioenergia direcionam a revolução tropical agroconsciente brasileira.
A prosperidade precisa vir acompanhada de empregabilidade e cidadania para todos. O cooperativismo será de vital importância para as estratégias de comunicação. Assim como gestão das cadeias produtivas com inclusão socioeconômica por meio de modelos bem-sucedidos de integração com as corporações empresariais.
Há um vácuo de lideranças credíveis, fortes e
sustentáveis que estejam alinhadas aos propósitos ESG. Não basta proclamar o quanto o agro gera riquezas. A criação de confiança passa a ser fundamental como elemento capaz de gerar dignidade para todos.
As preocupações surgidas na pesquisa apontam para uma diversidade de causas ambientais como o uso de químicos e defensivos agrícolas além da gestão de descarte de dejetos.
Iniciativas como os programas brasileiros de biogás podem ser plataformas para reforço de apresentação da liderança brasileira em ESG.
O estudo revela que jornalistas compõem a categoria social que mais busca conhecer o agro brasileiro. Por influenciarem diretamente a opinião pública é crucial investir em estratégias de relacionamento, incluindo as lideranças das mídias, pautadas em transparência para avançar na dimensão da reputação.
O café ainda é o produto de maior destaque da percepção do agro brasileiro e as demais categorias devem buscar aprender com a este mercado em busca de associações conceituais. Carecemos de maior presença de produtos com marcas e originação brasileira com visibilidade e acessibilidade aos consumidores. Mesmo em complexos onde somos os maiores exportadores do mundo não obtemos ganhos de imagem.
Há potencial gigantesco no campo das hortaliças, frutas, lácteos, doces, especialidades e mesmo nas grandes cadeias da proteína animal, soja, grãos, arroz, feijão, o futuro do trigo e da macaúba, indústria da árvore, seringueira, cacau, palma, pescados, frutos dos biomas, tabaco, algodão, açúcar, biocombustíveis e bioeconomia.
Não basta comunicar, precisaremos conquistar corações e mentes. A informação racional não chega aos cérebros e as percepções mentais não são acessadas pelos corações.
A pesquisa revela forte importância da cidadania, do carisma, dos valores humanos e da capacidade de “abraçar a todos” por meio da produção de alimento, energia, defesa do meio ambiente e promoção bem-estar social. A comunicação exigirá qualidade e será preciso criar “defensores” da marca do agro brasileiro.
É preciso alinhar os propósitos das duas marcas em um mesmo coração. Nas tabelas do estudo também fica evidente a necessidade da cadeia agroalimentar, energética e ambiental se envolverem de modo cada vez mais evidente nas questões culturais, artísticas, educacionais e científicas. Ao lado do agro o turismo forma uma dupla poderosa em sinergia, principalmente ao integrarmos aspectos ecológicos e de educação ambiental.
Os seis biomas brasileiros são portas de elevada percepção para os cidadãos do mundo e com poder de atração para a juventude.
O agronegócio brasileiro é resultado da tropicalização de avanços e descobertas científicas. Mas não basta enunciar isto, é preciso provar, ainda mais por vivermos uma era de desconfiança. Para isso será vital evidenciar nossas certificações, protocolos de rastreabilidade e produção intelectual e científica.
A imagem do agronegócio e do Brasil deve refletir as dimensões do nosso país. Vivemos uma era global de “fight for perceptions” (luta por percepções, em inglês).
Esta pesquisa é uma primeira leitura. Um ponto de partida de uma jornada de transformação para cada etapa da cadeia produtiva. Somos a imagem que vemos refletida de nós mesmos e queremos que esta seja a percepção dos nossos consumidores.
Precisamos mostrar a nossa caminhada em busca de aperfeiçoamento e os estágios que já foram alcançados. As múltiplas realidades do agro brasileiro são muito maiores do que suas percepções. E são vitais para a vida no planeta terra. Nas palavras de Roberto Rodrigues: “Brasil o país da paz, alimento é paz”.